Poesia Permanente

"a forma de escrever é provisória, a poesia é permanente" Rosa Lia Dinelli

Um poço de nada
Nas águas profundas
Não tem residência
Memórias desnudas
Inominado a qualquer outro ser
Um poço vazio
Sem nada
Sem mágoas

Que pode fazer?
Que pode sentir?
Apenas abrigar...

Que pode fazer
Por alguém que não se chama
Que pode sentir
Por alguém que não se lembra
Apenas abrigar
Por alguém que não se mora

Que pode fazer?
Que pode sentir?
Apenas abrigar...

Um poço de único
Onde em tudo
Se sabe é de nada
E nada no vasto profundo
Das águas dos sem sentido
Afoga-se no esquecimento
De olhos fechados aos sentimentos
Um poço de nada, sem mágoas, sem nada.

(continuação de "Sem Nome", "Sem Residência" e "Sem Lembranças". Parte da série "Sem Nada". Finaliza na pt. 5 em "Sem Nada [ou Com Nada].)

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