Poesia Permanente

"a forma de escrever é provisória, a poesia é permanente" Rosa Lia Dinelli

Aquele brilho
Daquele chão
Ladrilhos que se vão
Em rumo perdido
Ofuscar o sentido
Opaca visão

Do eterno pisar
Na luz da construção
Ergue bandeira
Lê o discurso
Procura pela mão
Não andar sozinho

Aquele brilho
Daquele chão
Pisa em tudo
Pisa em mim
Queima tudo
Chão de mim
Eu ladrilho
Partido, pisado
Em pedaços
Sem direção!

Subi
Em uma bicicleta de vento
E pedalei
Através de caminhos escuros
Era o jogo que sempre desehei

No jogo
Que tanto saiu pela minha boca
Havia fortes e fracos
Altos e baixos
Sempre pendurados
Numa linha patamar

Encostas, montanhas
Caminhos rochosos de trepidação
Relvas de verde suposto
Pedalei
Através de caminhos escuros

A bicicleta de vento
Jogava
Pedalava por onde ia a corrente
E sempre caminhos escuros
Não sei dizer por onde pedalo
Sei dizer apenas como fazer (e como fazer)

Caminho
Por lugares escuros
No jogo da bicicleta
Vivendo entre fracos e fortes
Eu sou forte na ignorância da escuridão

O vento pára
A bicicleta é luz
Não mais caminhos escuros
O jogo vira, o mundo cai
O tempo escaço
No jogo: eu sou o fraco.

020309

Pregões
Anúncios
Manequins
E o monte de areia
Sem ter
Onde se enfiar
O mar
Predileção que salva
Os arredore ôcos
Bebem côco levianamente
E minha mente
Em guerra de gritos
E minha boca
Calada como um siri.

080209

Já tens minha alma
Te dou minha mão
Todas as vidas
Uma vida somente
Não no eterno da mente
Eternamente presente

Já tens o órgão esquerdo
Te dou mei peito
Direito também
Por inteiro
Para quando a fadiga chegar
Teu canteiro

Não quero histórias
Nesse mundo plural
Nossa história é singular
O abstrato é secular
E o concreto passa
Está passando
Desde quando
Segure forte minha mão.

A Bruno
050309

Eu vejo um mundo
Me vejo mudo
Completamente de costas
Rasgado do avesso
Eu vejo um começo
Com dores reais
Necessariamente viscerais

Eu vejo a toca
Totalmente desprotejida
A ausência de vida
Adentro da escuridão
Não há saída
O túnel é correnteza
As ondas acenderão

A luz
Se fará infinita
Dendtro da linha
Da escuridão
Eclodirá
Milhares de feixos de luz
E o escuro se transformará
Num ponto que um dia dois
Amanhecerá!

A Bruno
030309

I

Ontem eu chorei
Após o corte
Profundo
Muito fundo
De palavras virgens
Tão frias

Assim como as lágrimas
Desci à consciências
Pensamentos vários
Para angariar
De onde vinha
Tanto pranto

Não vinha do tal corte
Mas tal como ele
Doía fundo na mente
Profundamente
Eis o ponto-chave
Do mundo: A mente!
_____

II

Hoje nasceu um sol
Do peito aberto meu
Irradiando o que estava
Escondido, resguardado
Guardado de mim mesmo
Cada raio um detalhe
De erros e dores
Acertos e curas
De curvas mal viradas
Sempre a caminho
De uma mesma direção

Hoje nasceu um dia
Ímpar em suas certezas
Certos das minhas
Clarezas do presente
Sombras do futuro
Fantasmas de um passado
Marcado de tombos
Onde o único passo
Que se sabia andar
Era o tropeço
Para o futuro chegar
_____

III

Ofegante
Após a pausa
Para o decisivo
Respiro vital
Claramente...

É dadoo o tempo
Afilada trajetória
Recobra o senso
E vive a glória
De cada coisa a seu tempo!

Pontua
Interroga
Exclama
A trama em 3 tempos:
Recomeçar!

I - 240209
II - 250209
II - 270209

O túnel
Um tango
A queda
Um estouro
Tudo o que cai
Tende a parar
Num determinado
Ponto
Num determinado
Lugar

A pauta
Uma caneta
O braço
Uma escrita
Tudo o que rola
Tende a riscar
Num determinado
Plano
Num determinado
Rolar

São os artigos
Definidos
Que supõem objetiivar
São os indefinidos
Artigos
Que Subjetivam o olhar.

110209

Os dias
Frios
Como lâminas da indesejada
Cortam o tempo
E ordenam ao vento
Entregar em fatias
As lembranças
Momentos do que se passou

Os dias
Obrigatórios
Como correntezas fugidias
Levam a diante
O que ainda resta
E ficam as ondas
Do que ainda está por vir
Em outros dias frios.

040209

Nem de joelhos
Nem adorador
Percebo o semblante redentor
Do que desde a gênese
Gênese está

E não será
Com um punhado de caminhos
Que o cerne deste encanto
Se perca no músculo
Há a força da linha maior

Haverá sempre a desculpa
Acompanhada pelo desejo
De uma verdade mais verdadeira
E no punho
O perdão pré-fabricado

A se fazer lacaio
Ase portar senhor
Só de joelhos
Somente adorador
Dos teus encantos únicos e eternos.

A Bruno
040209

O vento
Nada mais
Que um instrumento do tempo
Do tempo
Que passa
Que climatiza
Simbloliza "n" caminhos

O vento
Nada mais
Que um movedor de moinhos
De cataventos
Que passa
REpassa
Deixando a sua mensagem

O vento
Nada mais
Que um mensageiro de si
Da vida
Que passa
Em frente
Mesmo encontrando seu fim...

Como o vento.

020209

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