Poesia Permanente

"a forma de escrever é provisória, a poesia é permanente" Rosa Lia Dinelli

Trago no olhar a certeza
De um olhar retilíneo
Que balança a cada passo
Em cima da corda que passo.

Na corda bamba da vida não passamos de "bêbados equilibristas"!

Eu não estou parado. E quando paro olho para o céu. O mundo não gira. Nada gira! Nem o vento sopra para provar que o mundo gira. Minha vida nao gira. Não anda. Nem quando eu ando ao redor do mundo para ver se ele anda... se ele gira!

É quando estou mais eu
Passeando por dentro de mim
Observando todo o movimento
De minhas ruas que não conheço
Que até me esqueço dos outros

É quando ponho os pés no firme
E o firmamento fica distante
De todos os pratos que giram
E vira tudo realidade interna
O mundo não está mais alheio

O sopro vem e me flutua
Pra perto de onde as ruas
Me afastaram sem mim
Sem o meu querer querido
Abre em meu peito a cicatriz
De todo um sentimento sofrido
E os pratos giram entorno do fim

É quando já não sei do tráfego
Tantas placas e tantos sentidos
Reunidos num só desgovernado destino
Em tanto "se" de um futuro presente
Onde todo passado está reunido

É quando me encontro na rótula central
E o tráfego te leva pra onde
Minha alma cega pra te ver
E eu penso a todo segundo
Que é hora de parar o passeio.

A Danila

Veneno de cobra peçonhenta
Em pescoço de dragão
É desperdício imperdoável

Mas o susto da picada
Leva o dragão a engasgar
E engolir o prórpio veneno

O antídoto desta fatalidade
Não se compra, não se fabrica
Está naquilo que é imprevisível

Só o tempo irá dissipar o veneno
A saber se o efeito do momento
É culpa da cobra ou do próprio veneno?

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