Poesia Permanente

"a forma de escrever é provisória, a poesia é permanente" Rosa Lia Dinelli

Entre flores & frutos
Eu sou o ventre
A sui generis
Dessa força motriz
Dessa luz que oras
Acende, oras apaga
Como quem toca
Um interruptor

Entre fomes & sedes
Sou a necessidade
De todas as necessidades
ôrgânicas & virtuais
Eu sou o cais dessas veredas
Entre córregos da vida
Margens assoriadas
Navegadores de matriciais

Que se afunde
Que se desnude
E que chegue o desespero
Que tome conta
Que faça a ponta
Deste enrome nevoeiro
Senhor das brumas,
Sou eu!

As tenebrosas almas sujas
Tão sujas que sua aura
Retém o vil das palavras
Que saem em filtro bagunçadas
Perturbando outr'alma pura

Pois passo tão firme dado
A voar de encontro à bonança
Tropeça a vagar pelo espaço
Nem tão vazio, nem tão escasso
Pois na sombra a luz vem como esperança

E não tarda se as rédeas a mão segura
Passo a passo, frente a frente como seja
Seguindo a direção que se almeja
De soslaio uma curva a diante

O que às vezes soa certo e necessário
Toma o rumo de que tudo está errado
Sendo o correto parecendo duvidoso
Já que tudo se acerta com o futuro.

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