Poesia Permanente

Uma alma
Com cheiro acre de pôr-do-sol
Um som irmão nos tímpanos
E o oposto da barriga
Estarrecida num chão frio...
Um quarto

A câma de dois cômodos
Abraçada de um corpo só
Com as almas de seus sonhos
Deitadas obsessoras
Como versos
Como um prato de leite
Para gatos odiados

Um poste
Com seus sensores automáticos
À espera do manto negro
Que nunca chega
Que nunca vai...
A vida em eterna entre-noite
Até o fim da lua nova.