Poesia Permanente

"a forma de escrever é provisória, a poesia é permanente" Rosa Lia Dinelli

Tudo o que se sabe
É apenas que não sabe
Se ao certo o meu saber
É finito ou onda de mar

Eu não sei ao certo
Nem ao menos certo ponto
Desse erro de viver e saber tudo
Se só se sabe que nada sabe

Sei somente dos meus pés
Que não sabem p'ronde vão
Mas minha alma guia cega
Sabiamente como sabe cantar o sabiá

Eu não sei das notas nem das nuvens
Nem sei quantos filhos terei
Mas a caneta sei como segura
Não sei desenhar figura alguma
O meu destino eu desenho como sei
Pendurado nas janelas da minha cabeça
Deixo vento arejar o verão dos meus neurônios
E mergulho na etila do que sei
Só sei que nada vocês sabem
Mas, certo ou errado, os meus pés
Sei muito bem onde eu pisei
Onde eu piso e onde e até onde pisarei...

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