Poesia Permanente

"a forma de escrever é provisória, a poesia é permanente" Rosa Lia Dinelli

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de

Ela sabia que estava sempre sozinha. Sabia também que ela era eu. Ela sempre saia de tudo. Inclusive de si mesma. Ou sempre soube... não se sabe. O que se sabe ao certo é que tudo se tem a primeira vez. E seria essa, a primeira vez em que ela desbriria sobre algo que nunca houve. Mas passou a acontecer dentro dessa sempre solidão e dessa certeza absoluta das coisas.

Era a observar os passáros ao entardecer na praça, que ela namorava toda a sua solidão. Assistindo aos alados a fugirem do resto de sol, ela mantinha o absolutismo de sua vida. Mantinha pragmticamente impecável com seu conhecimento holístico. Nascia alí a primeira iconsciencia de algo.

Olhando os pombos ao entardecer; as pessoas à penumbra estrelada. E descobriu que ela assumia a cada amanhecer outra identidade. Sempre da que menos se identificasse e adivinhasse que fosse tudo num espaço de tempo imperceptível: entre o o passar de um neurônio com a informação em seu cérebro de um extremo a outro. Então todo o absolutismo dela se desmorona...

Até ela perceber que já fora todos e inclusive eu. Todo o absolutismo se recompõe. Agora ela pode e vai ser o que quiser: esta caneta, este papel... eu... você... eu! Ela! E todo o absolutismo de conhecimento holístico retorna ao lugar de sempre.

"Ela lembrou-se que era sozinha... ela lembrou-se que ela sou eu".


[citação e inspiração de Talita Moraes http://texto-me.zip.net/ - postagem de 08/08/2007:12h14]

1 Reflexos Permanentes:

estranho imaginar e vê que inspiro alguém em alguma coisa em determinado momento da vida dela....

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