Poesia Permanente

"a forma de escrever é provisória, a poesia é permanente" Rosa Lia Dinelli

Tantas vezes vi na rua
As estradas que segui
Rumo a todas as curvas
Que me traziam aqui

Tantas vezes qual barco
Preso em correntes vividas
Por vezes me atrasando o passo
Tornando vidas sofridas

Tantas vezes fechei os olhos
Por uma não mais os abri
Pus os pés adiante na vida
Largada as correntes sem me seguir

Tantas vezes a vida passa
E agora ela se passou
Num suspiro em baixo d'água
Do oceano que agora secou

Tantas vezes abri os olhos
Agora os fecho de vez
Deixo toda a dor causada
E as correntes oxidadas

A meu avô morto.

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