Poesia Permanente

"a forma de escrever é provisória, a poesia é permanente" Rosa Lia Dinelli

14
de

Aquele brilho
Daquele chão
Ladrilhos que se vão
Em rumo perdido
Ofuscar o sentido
Opaca visão

Do eterno pisar
Na luz da construção
Ergue bandeira
Lê o discurso
Procura pela mão
Não andar sozinho

Aquele brilho
Daquele chão
Pisa em tudo
Pisa em mim
Queima tudo
Chão de mim
Eu ladrilho
Partido, pisado
Em pedaços
Sem direção!

8
de

Subi
Em uma bicicleta de vento
E pedalei
Através de caminhos escuros
Era o jogo que sempre desehei

No jogo
Que tanto saiu pela minha boca
Havia fortes e fracos
Altos e baixos
Sempre pendurados
Numa linha patamar

Encostas, montanhas
Caminhos rochosos de trepidação
Relvas de verde suposto
Pedalei
Através de caminhos escuros

A bicicleta de vento
Jogava
Pedalava por onde ia a corrente
E sempre caminhos escuros
Não sei dizer por onde pedalo
Sei dizer apenas como fazer (e como fazer)

Caminho
Por lugares escuros
No jogo da bicicleta
Vivendo entre fracos e fortes
Eu sou forte na ignorância da escuridão

O vento pára
A bicicleta é luz
Não mais caminhos escuros
O jogo vira, o mundo cai
O tempo escaço
No jogo: eu sou o fraco.

020309

8
de

Pregões
Anúncios
Manequins
E o monte de areia
Sem ter
Onde se enfiar
O mar
Predileção que salva
Os arredore ôcos
Bebem côco levianamente
E minha mente
Em guerra de gritos
E minha boca
Calada como um siri.

080209

8
de

Já tens minha alma
Te dou minha mão
Todas as vidas
Uma vida somente
Não no eterno da mente
Eternamente presente

Já tens o órgão esquerdo
Te dou mei peito
Direito também
Por inteiro
Para quando a fadiga chegar
Teu canteiro

Não quero histórias
Nesse mundo plural
Nossa história é singular
O abstrato é secular
E o concreto passa
Está passando
Desde quando
Segure forte minha mão.

A Bruno
050309

8
de

Eu vejo um mundo
Me vejo mudo
Completamente de costas
Rasgado do avesso
Eu vejo um começo
Com dores reais
Necessariamente viscerais

Eu vejo a toca
Totalmente desprotejida
A ausência de vida
Adentro da escuridão
Não há saída
O túnel é correnteza
As ondas acenderão

A luz
Se fará infinita
Dendtro da linha
Da escuridão
Eclodirá
Milhares de feixos de luz
E o escuro se transformará
Num ponto que um dia dois
Amanhecerá!

A Bruno
030309

8
de

I

Ontem eu chorei
Após o corte
Profundo
Muito fundo
De palavras virgens
Tão frias

Assim como as lágrimas
Desci à consciências
Pensamentos vários
Para angariar
De onde vinha
Tanto pranto

Não vinha do tal corte
Mas tal como ele
Doía fundo na mente
Profundamente
Eis o ponto-chave
Do mundo: A mente!
_____

II

Hoje nasceu um sol
Do peito aberto meu
Irradiando o que estava
Escondido, resguardado
Guardado de mim mesmo
Cada raio um detalhe
De erros e dores
Acertos e curas
De curvas mal viradas
Sempre a caminho
De uma mesma direção

Hoje nasceu um dia
Ímpar em suas certezas
Certos das minhas
Clarezas do presente
Sombras do futuro
Fantasmas de um passado
Marcado de tombos
Onde o único passo
Que se sabia andar
Era o tropeço
Para o futuro chegar
_____

III

Ofegante
Após a pausa
Para o decisivo
Respiro vital
Claramente...

É dadoo o tempo
Afilada trajetória
Recobra o senso
E vive a glória
De cada coisa a seu tempo!

Pontua
Interroga
Exclama
A trama em 3 tempos:
Recomeçar!

I - 240209
II - 250209
II - 270209

8
de

O túnel
Um tango
A queda
Um estouro
Tudo o que cai
Tende a parar
Num determinado
Ponto
Num determinado
Lugar

A pauta
Uma caneta
O braço
Uma escrita
Tudo o que rola
Tende a riscar
Num determinado
Plano
Num determinado
Rolar

São os artigos
Definidos
Que supõem objetiivar
São os indefinidos
Artigos
Que Subjetivam o olhar.

110209

8
de

Os dias
Frios
Como lâminas da indesejada
Cortam o tempo
E ordenam ao vento
Entregar em fatias
As lembranças
Momentos do que se passou

Os dias
Obrigatórios
Como correntezas fugidias
Levam a diante
O que ainda resta
E ficam as ondas
Do que ainda está por vir
Em outros dias frios.

040209

7
de

Nem de joelhos
Nem adorador
Percebo o semblante redentor
Do que desde a gênese
Gênese está

E não será
Com um punhado de caminhos
Que o cerne deste encanto
Se perca no músculo
Há a força da linha maior

Haverá sempre a desculpa
Acompanhada pelo desejo
De uma verdade mais verdadeira
E no punho
O perdão pré-fabricado

A se fazer lacaio
Ase portar senhor
Só de joelhos
Somente adorador
Dos teus encantos únicos e eternos.

A Bruno
040209

7
de

O vento
Nada mais
Que um instrumento do tempo
Do tempo
Que passa
Que climatiza
Simbloliza "n" caminhos

O vento
Nada mais
Que um movedor de moinhos
De cataventos
Que passa
REpassa
Deixando a sua mensagem

O vento
Nada mais
Que um mensageiro de si
Da vida
Que passa
Em frente
Mesmo encontrando seu fim...

Como o vento.

020209

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